sábado, 24 de julho de 2010

Existe vida extraterrestre?

A única resposta honesta que os cientistas podem dar até agora é um sonoro “não sabemos”. De qualquer forma, poucos crêem na existência de seres verdes no comando de naves em forma de disco. As moléculas orgânicas que são os tijolos básicos da estrutura dos seres vivos, como hidrocarbonetos e aminoácidos, parecem se formar espontaneamente de modo mais ou menos comum no universo, sendo encontradas em ambientes tão inóspitos quanto o núcleo congelado dos cometas ou os aglomerados de gás e poeira galáctica onde as estrelas surgem.

Uma coisa é essa “matéria-prima” existir. Outra, muito diferente e talvez muitíssimo mais improvável, é a chance de que eventos aleatórios consigam fazer com que ela forme um casulo permeável capaz de usar outras moléculas para recompor sua própria estrutura e se reproduzir. Ou seja, que ela gere espontaneamente uma célula rudimentar que fosse o primeiro passo para a evolução da vida. O argumento mais comum para defender que isso é comum é o próprio tamanho quase inimaginável do universo: com centenas de bilhões de galáxias, cada uma delas com centenas de bilhões de estrelas, a vida teria de aparecer em algum lugar – provavelmente em muitos lugares.
VIDA MARCIANA

A corrida para confirmar isso vasculhando o nosso Sistema Solar está mais viva do que nunca, com a chegada prevista para este ano dos rovers (pequenos jipes) da Nasa, Spirit e Oportunity, e do Beagle-2, da Agência Espacial Européia, à superfície marciana. Já se sabe que Marte tem água congelada abundante, a poucos centímetros da superfície, e que no passado do planeta ela poderia ter coberto toda a sua superfície com alguns metros de líquido, num ambiente favorável à vida microbiana. A minissonda Huygens, carregada pela Cassini, deve cumprir missão semelhante quando pousar no ano que vem em Titã, a segunda maior lua do Sistema Solar, que orbita Saturno e tem sua superfície aparentemente coberta por água congelada, além de ser literalmente banhada por chuvas de moléculas orgânicas, como o metano.
Se algum desses lugares tiver formas de vida, o fenômeno certamente é comum no resto do universo. Vida complexa e inteligente, contudo, é outra história totalmente diferente.

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